QUESTÃO DE OPINIÃO
NOSSO FUTURO SERÁ A CHINA?
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urante a campanha do último ano
insisti várias vezes que não acreditava na recuperação da economia brasileira
tal qual meus adversários afirmavam. Fui ridicularizado algumas vezes por
insistir que a melhor maneira de fazer a cidade crescer seria através da
indústria cultural, pois ela é um produto que nasce e cresce dentro de nossas
fronteiras e que era importante investir em nossas potencialidades locais ao
invés de esperar um “milagre”.
Se alguém ainda se lembra, os
meus adversários – os dois principais – juravam “de pés juntos” que trariam
para a cidade novas empresas e indústrias para explorar a mão de obra local
fazendo com que houvesse uma explosão de empregos e o consequente
desenvolvimento tão almejado pelos munícipes. De minha parte – e chamado de
utópico – insisti que a desindustrialização estava apenas começando e que os
anos vindouros seriam terrivelmente difíceis trazendo mais desemprego ou
subempregos, mendicância, violência e desespero.
Como é possível saber disso
àquela ocasião? Por uma simples questão de observação: há anos a indústria
brasileira está em frangalhos; a construção civil, destruída; a Petrobras,
desacreditada; a indústria naval, desmontada; a aviação civil, sucateada; a educação,
esquecida; a ciência, vilipendiada; os direitos trabalhistas, execrados; a presidência
da República sendo exercida por um lunático...Em um cenário deste, como
acreditar que a formação profissional tem futuro? Como oferecer esperança para
nossa juventude? Como prometer uma cidade em franco crescimento quando tudo a
puxa para trás?
Eu sei que alguém vai dizer que
tudo isso é culpa da pandemia e que não cabe a uma pessoa ou instituição assumir
o fracasso da nação. Mas, devo dizer,
uma parte disso tudo poderia ser minimizado – e não estou falando da pandemia –
caso nosso país tivesse um projeto de emergência que se preocupasse com a vida
das pessoas, de todas as pessoas. E isso vale para o município que até agora não
se apressou em elaborar seu próprio plano de emergência para tentar frear o
avanço do vírus ou, como era de se esperar, como pretende atender a população quando
a vacina for liberada.
O fato que está em nosso
horizonte é que a cura virá mesmo da China. A mesma China que é, o tempo todo,
atacada pelos simpatizantes do negacionismo ou dos investigadores da origem do
mal. Ainda que aparentemente vários países do mundo estejam buscando a cura
para poder faturar alto, é na China que estão todos os grandes laboratórios do
mundo. É nela que buscam insumos químicos e tecnológicos para a elaboração do
antídoto. Essa é uma realidade que foge a qualquer especulação conspiracionista.
Vale lembrar aos meus dois ou três
leitores, que o governo brasileiro tenta buscar a solução para o restolho da
Ford na China. É para ela que tem oferecido o que vai restar da fuga da empresa
americana. Aliás, é também a China a principal fornecedora de matéria prima ao
Brasil. Não, nossa bandeira nunca será vermelha. Não? Quem não percebeu que há
uma supremacia chinesa em todo mundo virou um gigante adormecido que não quer
acordar ou se deixou levar pelo discurso emburrecido dos que negam a quebra do monopólio
capitalista dos Estados Unidos.
Claro que ainda dá tempo de
reverter a derrocada total do sistema. Certamente isso não diz respeito ao
nosso país porque somos a nação que nega sua capacidade de inventar o novo
porque sempre acreditou em salvadores da pátria que, quase sempre, vêm com
ajuda generosa dos países que nos querem a seus pés como colonizados que sempre
fomos.
A solução está posta:
precisamos nos descolonizar para que possamos, como a China, ter autonomia para
construirmos o país que nascemos para ser. Esta é a minha opinião. E a sua,
qual é?
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