Conclave com cem caciques decidirá resposta contra hidrelétrica
Índios da região do Rio Xingu, no sudoeste do Pará, abandonaram pelo menos por enquanto quaisquer ideias mais radicais para lutar contra construção da Hidrelétrica de Belo Monte. Reunidos em assembleia nos dois últimos dias, em Altamira, a cerca de 900 quilômetros a sudoeste de Belém, eles decidiram fazer um conclave envolvendo todos os caciques da região, cerca de 100. No encontro - ainda sem data marcada, por causa da logística de transporte que envolve dias e dias em jornadas de canoas, dinheiro para contratar aviões e voadeiras - eles pretendem cobrar do governo explicações mais detalhadas sobre a obra e, principalmente, sobre o alcance da barragem, que deverá ter cerca de 500 quilômetros quadrados. No domingo, o cacique Akiaboro, líder geral de todas as aldeias Caiapó, havia afirmado que os índios poderiam ir à luta, talvez até sangrenta, contra a construção da usina. "Ou o governo inicia um diálogo com os índios ou teremos de ir à guerra. Isso será muito ruim, porque haverá...