As fronteiras amazônicas estão realmente ameaçadas?
Lúcio Flávio Pinto * Adital (www.adital.com.br) Em 1985 o Brasil retornou à democracia, com o fim de mais um ciclo militar de intervenção, o mais extenso (com duração de 21 anos) e o mais profundo (com o exercício direto do poder por seis sucessivos governos comandados por generais-presidentes). Mas a Amazônia permaneceu à margem do processo democrático nacional: com a instituição do Projeto Calha Norte, pelo presidente José Sarney, a doutrina de segurança nacional continuou a ser a fonte do direito e da visão estatal sobre a região, acima e à parte do ordenamento legal do país. O estado latente dessa situação irrompeu ostensivamente e readquiriu autonomia a partir do último dia 10. Nesse dia, o comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno Ribeiro Teixeira, fez uma palestra a portas fechadas para empresários da Federação das Indústrias de São Paulo, que constituem um dos mais poderosos grupos de pressão do país. Um dos alvos principais do pronunciamento do militar, com grande...