Pular para o conteúdo principal

I Encontro de Povos e Comunidades Tradicionais do Sertão.


Entre os dias 21 e 22 de março, foi realizado na aldeia Capateira, TI Entre Serras Pankararu, o I Encontro de Povos e Comunidades Tradicionais do Sertão, esse evento foi idealizado e realizado pela Associação Indígena de Entre Serras Pankararu – AIPES e a Secretaria de Meio Ambiente de Pernambuco, contou também com os apoios da Prefeitura de Tacaratu – PE, Prefeitura de Jatobá – PE, Quilombo Malunguinho, APOINME, Secretaria de Transporte de Pernambuco, Secretaria de Agricultura Familiar de Pernambuco, IPA, Fundarpe, Ministério Publico de Pernambuco, OAB – PE, FUNAI e Pólo Básico da SESAI Entre Serras Pankararu. Esse encontro contou com a presença de mais de 300 pessoas entre elas indígenas, juremeiros, quilombolas, pescadores, ciganos e ribeirinhos, pois o objetivo foi de socializar os conhecimentos tradicionais dos participantes, e com isso unir e fortalecer o movimento e a luta desses seguimentos.
E na abertura do evento teve a apresentação do grupo de dança Pankararu Nação Cultural que mostrou a dança do Búzio Pankararu, em seguinte foi formado a mesa com as diversas autoridades presentes, como os caciques e representantes indígenas, os prefeitos de Tacaratu e Jatobá, promotores públicos de Pernambuco, secretario do meio ambiente de Pernambuco, representantes dos seguimentos presentes, entre outros, após a fala de cada um Sergio Xavier Secretario do Meio Ambiente de PE, assinou um convenio com os prefeitos de Tacaratu e Jatobá, esse convenio é voltado a preservação do meio ambiente nesses municípios, onde cada prefeito se comprometeu a executar essa ação de uma forma que abranja os limites de seus municípios, e com isso favorecer a cultura do bem viver.
Após a assinatura dos convênios, Bernadete Azevedo Procuradora do Ministério Publico de Pernambuco, falou sobre o racismo na atual conjuntura judicial, e segundo ela os procurados hoje estão se preparando para atender e respeitar as diferenças e esficidades de cada povo originário e de cada comunidade tradicional de Pernambuco, para que acabe com os preconceitos judiciários no estado, e dando sequencia aos debates os participantes falaram bastante de suas experiências negativas e preconceituosas, que sofreram no momento que precisaram se dirigir a uma delegacia ou algum estabelecimento judiciário do estado, onde pudemos perceber em alguns relatos a extrema emoção e indignação das pessoas, e que tocou bastante Bernadete, pois ela se mostrou muito sensível a causa e empenhada a mudanças.
Quebrando o protocolo e a pauta do evento, os seguimentos presentes proporcionaram uma noite cultural, onde teve o toré do povo Pankararu, Fulni-ô e o samba de coco puxado pelo mestre Grio Zeca do Rolete e pessoas da jurema e dos quilombos presentes.
No segundo dia foi o momento dos povos e comunidades presentes, onde teve palestras sobre folhas sagradas e medicinais, ancestralidade e tradição, trocas de experiências, trabalhos em grupos para unificar as propostas de todos os seguimentos com o intuito de buscar uma melhoria de vida entre todos e fortalecer seus movimentos sociais. No termino do dia foi eleito a Comissão Sertaneja de povos e comunidades Tradicionais e depois apresentações culturais.
Esse encontro com certeza atingiu seus objetivos, e ficou para a historia e na memória de quem participou dele, e não temos duvida que foi um passo para a união e fortalecimento dos seguimentos.

http://apoinme.org.br/2013/03/i-encontro-de-povos-e-comunidades-tradicionais-do-sertao/

Comentários

  1. Olá Daniel estou fazendo uso desse espaço para entrar em contato com vc,uma vez que te enviei um e-mail e não obtive resposta.Sou Coordenadora de um projeto de leitura e gostaria de te-lo no evento.sedimafranca@yahoo.com.br

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

A FORÇA DE UM APELIDO

A força de um apelido [Daniel Munduruku] O menino chegou à escola da cidade grande um pouco desajeitado. Vinha da zona rural e trazia em seu rosto a marca de sua gente da floresta. Vestia um uniforme que parecia um pouco apertado para seu corpanzil protuberante. Não estava nada confortável naquela roupa com a qual parecia não ter nenhuma intimidade. A escola era para ele algo estranho que ele tinha ouvido apenas falar. Havia sido obrigado a ir e ainda que argumentasse que não queria estudar, seus pais o convenceram dizendo que seria bom para ele. Acreditou nas palavras dos pais e se deixou levar pela certeza de dias melhores. Dias melhores virão, ele ouvira dizer muitas vezes. Ele duvidava disso. Teria que enfrentar o desafio de ir para a escola ainda que preferisse ficar em sua aldeia correndo, brincando, subindo nas árvores, coletando frutas ou plantando mandioca. O que ele poderia aprender ali? Os dias que antecederam o primeiro dia de aula foram os mais difíceis. Sobre s...

MINHA VÓ FOI PEGA A LAÇO

MINHA VÓ FOI PEGA A LAÇO Pode parecer estranho, mas já ouvi tantas vezes esta afirmação que já até me acostumei a ela. Em quase todos os lugares onde chego alguém vem logo afirmando isso. É como uma senha para se aproximar de mim ou tentar criar um elo de comunicação comigo. Quase sempre fico sem ter o que dizer à pessoa que chega dessa maneira. É que eu acho bem estranho que alguém use este recurso de forma consciente acreditando que é algo digno ter uma avó que foi pega a laço por quem quer que seja. - Você sabia que eu também tenho um pezinho na aldeia? – ele diz. - Todo brasileiro legítimo – tirando os que são filhos de pais estrangeiros que moram no Brasil – tem um pé na aldeia e outro na senzala – eu digo brincando. - Eu tenho sangue índio na minha veia porque meu pai conta que sua mãe, minha avó, era uma “bugre” legítima – ele diz tentando me causar reação. - Verdade? – ironizo para descontrair. - Ele diz que meu avô era um desbravador do sertão e que um dia topou...

HOJE ACORDEI BEIJA FLOR

(Daniel Munduruku) Hoje  vi um  beija   flor  assentado no batente de minha janela. Ele riu para mim com suas asas a mil. Pensei nas palavras de minha avó: “ Beija - flor  é bicho que liga o mundo de cá com o mundo de lá. É mensageiro das notícias dos céus. Aquele-que-tudo-pode fez deles seres ligeiros para que pudessem levar notícias para seus escolhidos. Quando a gente dorme pra sempre, acorda  beija - flor .” Foto Antonio Carlos Ferreira Banavita Achava vovó estranha quando assim falava. Parecia que não pensava direito! Mamãe diz que é por causa da idade. Vovó já está doente faz tempo. Mas eu sempre achei bonito o jeito dela contar histórias. Diz coisas bonitas, de tempos antigos. Eu gostava de ficar ouvindo. Ela sempre começava assim: “Tininha, há um mundo dentro da gente. Esse mundo sai quando a gente abre o coração”...e contava coisas que ela tinha vivido...e contava coisas de papai e mamãe...e contava coisas de  hoje ...