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Secult apresenta rituais indígenas neste domingo na FLIT


Serão diversas apresentações de grupos indígenas das etnias Pahi (Apinajé), Krahô Kanela e Iny-Xambioá, a partir das 20h, na Estação Folguedos
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Danças e rituais da cultura indígena fazem parte da programação da Secretaria de Estado da Cultura – Secult em Palmas neste domingo, 15, último dia da Flit – Feira Literária Internacional do Tocantins. Serão diversas apresentações de grupos indígenas das etnias Pahi (Apinajé), Krahô Kanela e Iny-Xambioá, a partir das 20h na Estação Folguedos.

Os Apinajé pertencem ao tronco Macro-Jê, família Jê, grupo Timbira Setentrional e vivem numa área demarcada no Tocantins, a partir de 1985, de 141.904 hectares que abrange os municípios de Tocantinópolis, Maurilândia e Lagoa de São Bento. Utilizam as matas para a caça e agricultura. Fazem a coleta do babaçu, extraem o óleo das amêndoas e aproveitam as palhas para fabricar utensílios domésticos e cobrir suas casas. Ainda mantêm festas e rituais do casamento, batizado e homenagem aos mortos, realizados no verão.

Os índios Krahô-Kanela, assim como diversos outros grupos indígenas do Brasil, tiveram uma extensa e árdua história em busca de seu reconhecimento como etnia indígena e pelo direito às suas terras. Atualmente, vivem na aldeia Lankrare, reserva Mata Alagada à margem do rio no município de Lagoa da Confusão. Os jovens com ajuda dos mais velhos estão em processo de resgate de suas expressões culturais.

Habitantes da região do baixo Araguaia, os Xambioá ou Karajá do Norte se distribuem em quatro aldeias na reserva de mesma denominação, no município de Santa Fé ao norte do Tocantins. Pertencentes ao povo Iny (Inã), tronco linguístico Macro-Jê e falante da língua Iny. Aproximadamente há oito anos a Secretaria da Cultura vem incentivando e apoiando o trabalho de recuperação cultural resultando no grupo de jovens que dançam e cantam a cultura do povo Xambioá.

Durante toda a Flit, a cultura indígena esteve presente no estande do Artesanato da Secult e em exposições de bonecas Ritxoco, no palácio Araguaia e na sede do batalhão do Exército Brasileiro em Palmas.


Foto: Divulgação/Secult           Fonte: Secom           Postador: Thayanne Karoline 

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