Pular para o conteúdo principal

Caminhos para a literatura indígena são debatidos durante a FLIMT

Redação 24 Horas News


Cumprindo o objetivo dos projetos Encontro da Literatura Indígena e Conversando sobre Literatura e Cultura indígena, a II Feira do Livro indígena de Mato Grosso (Flimt) abriu espaço para que os participantes debatessem o tema. Em duas reuniões realizadas durante a FLIMT, escritores, artistas e lideranças indígenas presentes falaram dos caminhos para a literatura indígena, a preservação da memória e cultura tradicional. 
 
Samira Marcos, do povo Xavante, ressaltou a importância de eventos como a FLIMT: "A Feira é muito importante para nós do povo índigena, é a partir dela que as pessoas começam a se conscientizar sobre a nossa realidade. Ela destaca a presença do cacique Raoni, como uma forma de fortalecer a luta dos povos indígenas por políticas publicas mais consistentes no setor cultural. “A presença dele veio pra fortalecer a nossa Feira e a luta dele em relação as terras indigenas, manter e preservar a cultura indigena e tudo o que isso agrega”. 
 
A Escritora Maria Inês do Espírito Santo, veio do Rio de Janeiro contribuir e conhecer de perto a única Feira do Pais voltada para a temática indígena. Para ela, a FLIMT trouxe a confirmação da importância da cultura como o maior instrumento de resistência. Ao final do encontro, os presentes reafirmaram a necessidade de mais políticas publicas para a valorização da cultura indígena, a capacitação, fomento e preparação e novos protagonistas para a divulgação e valorização dos povos indígenas no estado e no pais.
 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A FORÇA DE UM APELIDO

A força de um apelido [Daniel Munduruku] O menino chegou à escola da cidade grande um pouco desajeitado. Vinha da zona rural e trazia em seu rosto a marca de sua gente da floresta. Vestia um uniforme que parecia um pouco apertado para seu corpanzil protuberante. Não estava nada confortável naquela roupa com a qual parecia não ter nenhuma intimidade. A escola era para ele algo estranho que ele tinha ouvido apenas falar. Havia sido obrigado a ir e ainda que argumentasse que não queria estudar, seus pais o convenceram dizendo que seria bom para ele. Acreditou nas palavras dos pais e se deixou levar pela certeza de dias melhores. Dias melhores virão, ele ouvira dizer muitas vezes. Ele duvidava disso. Teria que enfrentar o desafio de ir para a escola ainda que preferisse ficar em sua aldeia correndo, brincando, subindo nas árvores, coletando frutas ou plantando mandioca. O que ele poderia aprender ali? Os dias que antecederam o primeiro dia de aula foram os mais difíceis. Sobre s...

MINHA VÓ FOI PEGA A LAÇO

MINHA VÓ FOI PEGA A LAÇO Pode parecer estranho, mas já ouvi tantas vezes esta afirmação que já até me acostumei a ela. Em quase todos os lugares onde chego alguém vem logo afirmando isso. É como uma senha para se aproximar de mim ou tentar criar um elo de comunicação comigo. Quase sempre fico sem ter o que dizer à pessoa que chega dessa maneira. É que eu acho bem estranho que alguém use este recurso de forma consciente acreditando que é algo digno ter uma avó que foi pega a laço por quem quer que seja. - Você sabia que eu também tenho um pezinho na aldeia? – ele diz. - Todo brasileiro legítimo – tirando os que são filhos de pais estrangeiros que moram no Brasil – tem um pé na aldeia e outro na senzala – eu digo brincando. - Eu tenho sangue índio na minha veia porque meu pai conta que sua mãe, minha avó, era uma “bugre” legítima – ele diz tentando me causar reação. - Verdade? – ironizo para descontrair. - Ele diz que meu avô era um desbravador do sertão e que um dia topou...

HOJE ACORDEI BEIJA FLOR

(Daniel Munduruku) Hoje  vi um  beija   flor  assentado no batente de minha janela. Ele riu para mim com suas asas a mil. Pensei nas palavras de minha avó: “ Beija - flor  é bicho que liga o mundo de cá com o mundo de lá. É mensageiro das notícias dos céus. Aquele-que-tudo-pode fez deles seres ligeiros para que pudessem levar notícias para seus escolhidos. Quando a gente dorme pra sempre, acorda  beija - flor .” Foto Antonio Carlos Ferreira Banavita Achava vovó estranha quando assim falava. Parecia que não pensava direito! Mamãe diz que é por causa da idade. Vovó já está doente faz tempo. Mas eu sempre achei bonito o jeito dela contar histórias. Diz coisas bonitas, de tempos antigos. Eu gostava de ficar ouvindo. Ela sempre começava assim: “Tininha, há um mundo dentro da gente. Esse mundo sai quando a gente abre o coração”...e contava coisas que ela tinha vivido...e contava coisas de papai e mamãe...e contava coisas de  hoje ...