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Escolas terão R$ 3 mi para comprar livros em São Bernardo

Bruna Gonçalves Do Diário do Grande ABC
A Prefeitura de São Bernardo vai investir R$ 3 milhões na compra de livros para o acervo das bibliotecas das escolas da rede municipal. A aquisição será feita pelas instituições na 1ª Feira Literária, destinada ao público infantil e juvenil, que começa dia 1º e segue até o dia 14, no Pavilhão da Vera Cruz.
Cada escola receberá um cartão de crédito com verba de R$ 40 por aluno matriculado para a compra dos títulos. Se cada um custar, em média, R$ 20, será possível adquirir 150 mil exemplares.
A cidade tem 91 bibliotecas nas escolas, além dos espaços de leitura. A Lei Federal 1.244/2010 determina que todas as escolas do País devem ter bibliotecas até 2020.
Para a secretária de Educação Cleuza Repulho, a meta será atingida antes do prazo, em todas as 184 escolas. "Vamos instalar em toda a rede antes do previsto e com um acervo de qualidade para os estudantes,"
Para a coordenadora do curso de Psicopedagogia da Universidade do Grande ABC Luzia Miranda de Araújo Lioi, é de suma importância o espaço nas escolas. "O incentivo à leitura começa com a família e na escola. Muitos preferem a internet, mas o livro não vai ser substituído, assim como o professor."
FEIRA
Os 85 mil alunos que visitarem a feira ganharão um livro para acervo pessoal, como contrapartida das editoras. Diariamente irão circular 100 ônibus para levar os estudantes e professores ao evento.
A feira é uma parceria com a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil e será aberta ao público, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, e aos sábados e domingos, das 10h às 21h.
A estimativa é que 12 mil visitem o local diariamente, sendo 8.000 da rede municipal. O ingresso custará R$ 1 (meia entrada) e R$ 2. Para os estudantes da rede a entrada é gratuita.
Cleuza avalia que o diferencial é que haverá apenas livros de literatura. "O acesso vai proporcionar qualidade na educação, estimular a leitura, o senso crítico e o desenvolvimento na elaboração do texto."
Ao todo serão 70 editoras, além da presença de autores como Ziraldo, Ana Maria Machado, Ruth Rocha, Daniel Munduruku, para a contação de histórias, e do ministro da Educação, Fernando Haddad.
Também haverá seminário, realizado em parceria com a Escola de Comunicação e Artes da USP, com temas relacionados ao universo do livro e da literatura. "A feira vai possibilitar aos estudantes o contato com a literatura dos mais variados temas e com diversos autores, o que vai aguçar o prazer pelo conhecimento", afirma o prefeito Luiz Marinho (PT).

Comentários

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Daniel,
    Amo os seus livros! O primeiro que li me tocou por demais "Catando piolhos - contando histórias".É de uma sensibilidade e delicadeza incrível, além de extremamente elucidativo e educativo em relação a cultura de seu povo. Que de uma certa forma meu também, pois tenho sangue índios por parte de minha avó .
    Acredito, que elogios deve receber aos montes e com merecimento. Portanto, vou ao que pretendo dizer, ou melhor, pedir. Gostaria muito que fosse visitar meus alunos de 1ºAno. Estou fazendo um trabalhando lindo com eles sobre os índios brasileiros, do Projeto "Indios" do Ler e Escrever.
    Ao longo do meu trabalho,tenho visto muito interesse das crianças com relação ao tema. Mas, tenho sentindo necessidade, pelas colocações deles, tornar real a minha fala com relação ao seu povo.
    Outro dia, discorremos sobre o tema ,houveram muitas perguntas, mas senti que por mais que falasse, a realidade ainda estava longe para eles, pois era só teoria(perguntas e resposta, algumas fotos). Isso se fez observado porque depois de longas conversas eu coloquei, que "indio, irá sempre ser indio", independentemente de onde ele estiver.Neste momento , um dos meus pequenos alunos (6 e 7 anos), falou e com certa propriedade: -"Então, índio nunca será gente"!
    Isso me causou um certo desconforto e a partir dai, não me sai do pensamento de trazer alguém que posso unir minha fala com a realidade e dar à essa crianças um conhecimento real sobre o povo e a cultura indígena.
    E, por isso, humildemente, gostaria de convidá-lo a vir em minha escola(que é do Estado de São Paulo), falar com meus pequenos. Sei que eles , e eu mais ainda pela admiração que te tenho, ficaríamos imensamente gratos. Com certeza meus pequenos alunos irão ter um olhar mais verdadeiro com relação a seu povo e não este que eles vêm na Tv e fantasiam em suas cabecinhas.
    Acredito também que o cidadão brasileiro tem que ter o conhecimento e o contato com sua história para que ele possa se posicionar no mundo e ter consciência cidadã.
    No aguardo de sua resposta,
    ProfªLeni Ribeiro - 1º ano "D" /ano de 2011
    EE.Prof.Ceciliano José Ennes"

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