Pular para o conteúdo principal

Tem início dia 07 de outubro o XI Jogos dos Povos Indígenas


 
Foto: Divulgação
A décima primeira edição dos Jogos dos Povos Indígenas (JPI) tem como bandeira a sustentabilidade e o resgate das culturas indígenas tradicionais.  O evento está previsto para os dias 8 a 15 de outubro, na Ilha Porto Real, em Porto Nacional, 60 km de Palmas.
Serão sete dias de competições e apresentações culturais em que são esperados cerca de 1300 indígenas, de aproximadamente 35 etnias, vindas de todas as regiões do país. Além disso, são esperados ainda líderes e observadores indígenas de outros países (Argentina, Austrália, Bolívia, Canadá, Equador, EUA, Guiana Francesa, Peru e Venezuela).
  Na ilha de Porto Real, está sendo construída uma verdadeira “Aldeia Olímpica Indígena” para receber os participantes. Além disso, será montada uma arena com capacidade para receber cerca de oito mil pessoas.
Entre as novidades dessa edição, está a divisão do evento em duas temáticas. A primeira, voltada para o Fórum Social Indígena e a Rio+20, abordará a Conferência Internacional do Meio Ambiente e discutirá a economia verde e temas com foco na sustentabilidade e na preservação das tradições indígenas. Já a segunda terá como objetivo o intercâmbio esportivo e cultural entre as etnias, além de propor um debate sobre a inclusão indígena como legado da Copa do Mundo FIFA 2014 e das Olimpíadas e Paraolimpíadas de 2016.
Os JPI são considerados um dos maiores encontros esportivos culturais e tradicionais de indígenas da América. Com o objetivo central de promover o esporte socioeducacional como identidade das culturas autóctones, voltado à promoção da cidadania indígena, à integração e aos valores tradicionais, os JPI devem ganhar destaque espontâneo da mídia nacional e internacional, a exemplo de anos anteriores.
Os XI Jogos dos Povos Indígenas são uma realização do Comitê Intertribal – Memória e Ciência Indígena (ITC), com patrocínio do Ministério do Esporte e apoio do Governo do Estado do Tocantins e da Prefeitura Municipal de Porto Nacional.
Fonte: Ascom Porto Nacional 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A FORÇA DE UM APELIDO

A força de um apelido [Daniel Munduruku] O menino chegou à escola da cidade grande um pouco desajeitado. Vinha da zona rural e trazia em seu rosto a marca de sua gente da floresta. Vestia um uniforme que parecia um pouco apertado para seu corpanzil protuberante. Não estava nada confortável naquela roupa com a qual parecia não ter nenhuma intimidade. A escola era para ele algo estranho que ele tinha ouvido apenas falar. Havia sido obrigado a ir e ainda que argumentasse que não queria estudar, seus pais o convenceram dizendo que seria bom para ele. Acreditou nas palavras dos pais e se deixou levar pela certeza de dias melhores. Dias melhores virão, ele ouvira dizer muitas vezes. Ele duvidava disso. Teria que enfrentar o desafio de ir para a escola ainda que preferisse ficar em sua aldeia correndo, brincando, subindo nas árvores, coletando frutas ou plantando mandioca. O que ele poderia aprender ali? Os dias que antecederam o primeiro dia de aula foram os mais difíceis. Sobre s...

MINHA VÓ FOI PEGA A LAÇO

MINHA VÓ FOI PEGA A LAÇO Pode parecer estranho, mas já ouvi tantas vezes esta afirmação que já até me acostumei a ela. Em quase todos os lugares onde chego alguém vem logo afirmando isso. É como uma senha para se aproximar de mim ou tentar criar um elo de comunicação comigo. Quase sempre fico sem ter o que dizer à pessoa que chega dessa maneira. É que eu acho bem estranho que alguém use este recurso de forma consciente acreditando que é algo digno ter uma avó que foi pega a laço por quem quer que seja. - Você sabia que eu também tenho um pezinho na aldeia? – ele diz. - Todo brasileiro legítimo – tirando os que são filhos de pais estrangeiros que moram no Brasil – tem um pé na aldeia e outro na senzala – eu digo brincando. - Eu tenho sangue índio na minha veia porque meu pai conta que sua mãe, minha avó, era uma “bugre” legítima – ele diz tentando me causar reação. - Verdade? – ironizo para descontrair. - Ele diz que meu avô era um desbravador do sertão e que um dia topou...

HOJE ACORDEI BEIJA FLOR

(Daniel Munduruku) Hoje  vi um  beija   flor  assentado no batente de minha janela. Ele riu para mim com suas asas a mil. Pensei nas palavras de minha avó: “ Beija - flor  é bicho que liga o mundo de cá com o mundo de lá. É mensageiro das notícias dos céus. Aquele-que-tudo-pode fez deles seres ligeiros para que pudessem levar notícias para seus escolhidos. Quando a gente dorme pra sempre, acorda  beija - flor .” Foto Antonio Carlos Ferreira Banavita Achava vovó estranha quando assim falava. Parecia que não pensava direito! Mamãe diz que é por causa da idade. Vovó já está doente faz tempo. Mas eu sempre achei bonito o jeito dela contar histórias. Diz coisas bonitas, de tempos antigos. Eu gostava de ficar ouvindo. Ela sempre começava assim: “Tininha, há um mundo dentro da gente. Esse mundo sai quando a gente abre o coração”...e contava coisas que ela tinha vivido...e contava coisas de papai e mamãe...e contava coisas de  hoje ...