Caciques de MS discutem decreto de Lula sobre a Funai

No sábado aconteceu uma reunião de caciques de diversas aldeias de Mato Grosso do Sul para discutir o Decreto Presidencial, publicado no diário oficial do último dia 29 de dezembro passado, de reestruturação na Fundação Nacional do Índio.
 
A reunião aconteceu no prédio da FUNAI - Campo Grande e contou com a presença de 26 caciques de Aldeias do Estado e outras lideranças locais, totalizando mais 60 pessoas, representando as aldeias: Limão Verde, Córrego Seco, Aldeinha, Ipegue, Lagoinha, Kadiweu, Água Branca, Lálima, Passarinho,. Amoreira, Cachoeirinha, Moinho, Babassú, Colônia Nova, Recanto, Oliveira, Tereré, Córrego do Meio, Cacique Valdeci, Água Azul, Bananal e Buriti.

O exonerado Diretor Regional da FUNAI Danilo de Oliveira Luiz, respondendo atualmente pela Funai pelas férias do representante local, estave presente na reunião e fez um balanço da administração, no seu período, as dificuldades enfrentadas a frente do órgão, principalmente as financeiras, e as burocracias impostas pelos branco aos povos indígenas para gerir o pouco dinheiro que vem do Governo Federal.
 
Em seguida as lideranças indígenas falaram da ausência de projetos do governo para os índios e a necessidade de mudança no órgão. A FUNAI tem que conhecer as comunidades indígenas, segundo essas lideranças, e estar mais próxima dessas comunidade e apoiando.
 
Entendem que as mudanças impostas pelo Governo Federal no Órgão em vez aproximar, vai afastá-lo dos índios, deixando as comunidades desamparadas e desprotegidas com o fim dos posto indígenas.
 
O processo de reestruturação da FUNAI aconteceu utilizando-se da desinformação. A falta de conversa, de diálogo e participação das comunidades indígenas deslegitima o Decreto Presidencial. Com validação deste decreto, hoje, os representantes da FUNAI nos postos indígenas dentro das aldeias não tem nem mais legitimidade para explicar aos índios o que esta acontecendo, pois, foram todos exonerados.
 
Os caciques aprovaram a proposta de formaram de uma comissão representando as aldeias do estado. Esta estará marchando para Brasília e, na próxima Quarta feira , 20 de janeiro, estarão se reunindo com o presidente da FUNAI Marcio Meira.
 
A exigência será para que o Decreto seja reformulado nos pontos onde há discordância das lideranças, como por exemplo, o fechamento dos postos indígenas em aldeias e a diminuição das representações através das Delegacias Regionais da FUNAI.
 
As organizações indígenas e de indigenista serão convocadas para apoiar um movimento nacional em favor de mudanças necessárias no Decreto Presidencial.

A comunidade Kadiweu se colocou indignada com relação ao decreto e enfileiraram-se aos Terenas para lutar juntos por mudanças. As mudanças na FUNAI deixaram um deserto de representatividade Federal nas comunidades indígenas do Brasil. As lideranças Kadiweu também sugeriram que se estudem ações judiciais contra o decreto, respeitando a Lei Federal que criou a FUNAI.
 
Os Terenas afirmaram que os índios ainda não foram todos mortos, ainda existe índio vivo, que é preciso antes de qualquer ato do Governo para a comunidade indígena ouvi-lo e não “enfiar a guela-baixo”.
 
A direção do SINDSEP-MS, representada pelo Coordenador Político João Nascimento, afirmou que o movimento sindical em nível nacional tem se colado favoravelmente as posições adotadas democraticamente pelas comunidades indígenas do Brasil e, no Mato Grosso do Sul o SINDSEP-MS estará oferecendo todo apoio aos índios e servidores públicos da FUNAI, estando ao lado e a frente das ações deliberadas coletivamente e democraticamente pela comunidade envolvida.


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