Pular para o conteúdo principal

Projeto do TJRO com o Povo Karitiana ganha destaque em evento nacional

O projeto de Inclusão Digital para Índios Karitiana, realizado pelo Tribunal de Justiça Estadual em parceria com Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de Rondônia, foi apresentado e ganhou destaque durante o evento do Programa Senai de Ações Inclusivas 2009 (PSAI), realizado no auditório da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.

De acordo com a presidente do TJRO, desembargadora Zelite Andrade Carneiro, as boas práticas desenvolvidas pelo Judiciário de Rondônia têm proporcionado bons resultados à sociedade. O diretor regional do Senai, Vivaldo Matos, ressalta que o Poder Judiciário tem se mostrado aberto ao cidadão. "As iniciativas que o Tribunal de Justiça têm disseminado a importância da cidadania. O Senai abraçou a causa por acreditar que é um dos caminhos corretos para a inclusão". Segundo a coordenadora regional do PSAI, Maria Batista da Silva, a experiência adquirida com o projeto voltado aos índios foi gratificante. "A parceria com TJ buscou o reconhecimento do Departamento Nacional e do Departamento Regional, o que provocou uma somatória de ações inclusivas. É o que nos motivas desenvolver ações parceiras em prol da sociedade".

Prêmios

O projeto de Inclusão Digital para Índios Karitiana está concorrendo aos prêmios Innovare, que identifica, premia e divulga práticas inovadoras do Poder Judiciário, Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia; ARede 2009, que contempla projetos que utilizam tecnologias da informação e comunicação (TICs) para promover a inclusão social; e Professor Samuel Benchimol, que promove a reflexão sobre as perspectivas econômicas, tecnológicas, ambientais, sociais e empreendedorismo para o desenvolvimento sustentável da Região Amazônica.

A execução do projeto de Inclusão para Índios Karitiana iniciou em abril com a doação de computadores para a aldeia. No mês de maio, foram disponibilizados dois professores e material didático para o início das aulas no laboratório de informática cedido pelo Senai. Em julho, o Tribunal buscou outras parcerias para implantação do laboratório na aldeia. As empresas Energia Sustentável e Casablanca Cerimonial patrocinaram uma noite de autógrafos do livro "Dançando na Luz", de autoria da desembargadora Zelite Andrade Carneiro. A renda foi revertida para a tribo.

Em setembro foi realizada na aldeia a entrega dos certificados para os 13 índios multiplicadores de conhecimentos, além do laboratório de informática composto por computadores, impressoras e softwares livres. Através da parceria firmada com Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), a comunidade indígena tem acesso à internet, por meio de uma antena parabólica denominada VSAT (sigla em inglês para Very Small Aperture Terminal). A VSAT da aldeia Karitiana é reforçada pelo sistema de banda larga, via satélite IP Advantage, que permite maior velocidade para acesso à rede mundial de computadores.

Mercado de Trabalho

De acordo com os representantes do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), a Caixa Econômica Federal (CEF) abriu 300 vagas de estágio para os indígenas, após tomar conhecimento do projeto de Inclusão Digital para os Índios Karitiana. A psicóloga do IEL, Daniele Mejia Cavalcante, informou que os indígenas de Rondônia que tem mais de 16 anos e que estão estudando já começaram a ser chamados para o estágio remunerado da Caixa.

Fonte: Rondonoticias
Autor: Rondonoticias


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A FORÇA DE UM APELIDO

A força de um apelido [Daniel Munduruku] O menino chegou à escola da cidade grande um pouco desajeitado. Vinha da zona rural e trazia em seu rosto a marca de sua gente da floresta. Vestia um uniforme que parecia um pouco apertado para seu corpanzil protuberante. Não estava nada confortável naquela roupa com a qual parecia não ter nenhuma intimidade. A escola era para ele algo estranho que ele tinha ouvido apenas falar. Havia sido obrigado a ir e ainda que argumentasse que não queria estudar, seus pais o convenceram dizendo que seria bom para ele. Acreditou nas palavras dos pais e se deixou levar pela certeza de dias melhores. Dias melhores virão, ele ouvira dizer muitas vezes. Ele duvidava disso. Teria que enfrentar o desafio de ir para a escola ainda que preferisse ficar em sua aldeia correndo, brincando, subindo nas árvores, coletando frutas ou plantando mandioca. O que ele poderia aprender ali? Os dias que antecederam o primeiro dia de aula foram os mais difíceis. Sobre s...

MINHA VÓ FOI PEGA A LAÇO

MINHA VÓ FOI PEGA A LAÇO Pode parecer estranho, mas já ouvi tantas vezes esta afirmação que já até me acostumei a ela. Em quase todos os lugares onde chego alguém vem logo afirmando isso. É como uma senha para se aproximar de mim ou tentar criar um elo de comunicação comigo. Quase sempre fico sem ter o que dizer à pessoa que chega dessa maneira. É que eu acho bem estranho que alguém use este recurso de forma consciente acreditando que é algo digno ter uma avó que foi pega a laço por quem quer que seja. - Você sabia que eu também tenho um pezinho na aldeia? – ele diz. - Todo brasileiro legítimo – tirando os que são filhos de pais estrangeiros que moram no Brasil – tem um pé na aldeia e outro na senzala – eu digo brincando. - Eu tenho sangue índio na minha veia porque meu pai conta que sua mãe, minha avó, era uma “bugre” legítima – ele diz tentando me causar reação. - Verdade? – ironizo para descontrair. - Ele diz que meu avô era um desbravador do sertão e que um dia topou...

HOJE ACORDEI BEIJA FLOR

(Daniel Munduruku) Hoje  vi um  beija   flor  assentado no batente de minha janela. Ele riu para mim com suas asas a mil. Pensei nas palavras de minha avó: “ Beija - flor  é bicho que liga o mundo de cá com o mundo de lá. É mensageiro das notícias dos céus. Aquele-que-tudo-pode fez deles seres ligeiros para que pudessem levar notícias para seus escolhidos. Quando a gente dorme pra sempre, acorda  beija - flor .” Foto Antonio Carlos Ferreira Banavita Achava vovó estranha quando assim falava. Parecia que não pensava direito! Mamãe diz que é por causa da idade. Vovó já está doente faz tempo. Mas eu sempre achei bonito o jeito dela contar histórias. Diz coisas bonitas, de tempos antigos. Eu gostava de ficar ouvindo. Ela sempre começava assim: “Tininha, há um mundo dentro da gente. Esse mundo sai quando a gente abre o coração”...e contava coisas que ela tinha vivido...e contava coisas de papai e mamãe...e contava coisas de  hoje ...