Pular para o conteúdo principal

Caravana literária promove a cultura dos povos indígenas em Manaus

 Foto: Eraldo Lopes 
Kleiton Renzo . portal@d24am.com

Em Manaus, os escritores realizam o primeiro movimento no Centro de Educação de Tempo Integral/Ceti “Gilberto Mestrinho”, no bairro do Educandos, zona Sul da capital.

Manaus - A cidade de Manaus recebe nesta quinta-feira (25) a Caravana Mekukradja: Literatura Indígena em Movimento, promovida pela Fundação Nacional das Artes (Funarte) e através da Secretaria de Estado de Educação e Qualidade de Ensino do Amazonas (Seduc-AM) a caravana leva ao conhecimento dos estudantes a literatura produzida por escritores indígenas.

Em Manaus, os escritores realizam o primeiro movimento no Centro de Educação de Tempo Integral/Ceti “Gilberto Mestrinho”, no bairro do Educandos, zona Sul, onde além da apresentaçao bibliográfica, serão desenvolvidas oficinas de cultura indígena, ciclo de palestras e saraus literários.

As atividades de hoje serão desenvolvidas em três horários, pela manhã (de 9h às 11h) e à tarde (14h às 17h) para os alunos do ensino médio de diversas escolas da área central de Manaus, com apresentação dos llivros e uma conversa para apresentar os convidados do caravana.

Vozes

Os estudantes poderão conhecer a história de profissionais das etnias Terena, Macuxi e Munduruku. Entre eles a escritora e mestranda de História, Rosi Whaikon, o escritor e Doutor em Educação, Daniel Munduruku, a radialista e doutoranda em Educação, Naine Terena, o professor e poeta, Roni Wasiri, a poetisa e mestranda em Geografia, Márcia Vieira, e também o professor, Eli Macuxi.

À noite, de 19h20 às 21h30, será realizada palestra com o coordenador da Caravana Mekukradja, Daniel Munduruku, sobre a Lei N° 11.645 de março de 2008, que inclui na grade curricular de ensino fundamental e médio a "História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena".

Para Daniel Munduruku, a aplicação da lei que institui a disciplina indígena e afro-brasileira no currículo dos alunos não é "nenhum presente", é antes de tudo, uma vitória "pela luta dos velhos que começou há 300, 500 anos atrás".

"Isso é uma luta muito antiga, e tão pouco nenhum presente. É uma conquista, porque os indígenas nunca conseguiram nada de mão beijada. E acredito que é fundamental para o desenvolvimento dessas crianças, conhecer a ancestralidade do povo em que vive", diz

Para sexta-feira (26) está programado um Sarau Literário, das 19h30 às 22h, aberto ao público, onde os livros e poesias indígenas serão discutidos pelos participantes.

"Nosso objetivo principal é colocar esses estudantes frente à uma literatura indígena, não somente feita de livros, mas de movimento dos corpos, pela música, pela dança. O livro, serve apenas como um produto de todas as nossas criações", explica Danile Manduruku.

Semana Indígena

De acordo com o Gerente de Educação Indígena da Seduc, Alva Rosa, A Caravana Mekukradja marca o início da 'Semana Indígena' que o estado pretende realizar em abril nas escolas da rede de ensino.

A programação está prevista para iniciar em 8 de abril, e se estenderá até o dia 15, em todas as escolas da rede estadual de Manaus e em escolas de oitos municipios, são eles São Gabriel da Cachoeira, Barcelos, Atalaia do Norte, São Paulo de Olivença, Eirunepé, Barreirinha e Manicoré.

"Iremos discutir nas escolas o tema 'Educação Escolar Indígena: Um Novo Olhar Rumo à Transformação" e em cada dia será feito uma palestra, sobre o assunto. Até o dia 19 de abril, quando será realizado um grande encontro com representantes do MEC, do conselho nacional de Educação Indígena de Brasília, e mais o Conselho de Educação Indígena do Amazonas", comenta Alva Rosa.



Matéria completa: D24AM.COM

Comentários

  1. ACAMPAMENTO SEMANA SANTA - POUSADA SÃO JOÃO BATISTA / CANÇÃO NOVA.
    Nós da família Canção Nova queremos fazer um convite para você vivenciar intensamente a semana santa!
    Venha participar do Acampamento de Semana Santa na Canção Nova, de 20 a 24 de abril , em Cachoeira Paulista-SP.
    Com o tema "Ninguém te ama como eu", a Canção Nova convida você a celebrar, de 20 a 24 de abril, o Retiro de Semana Santa na sede da Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP).
    Estarão presente:
    Diácono Nelsinho Corrêa
    Missionário e músico da Canção Nova
    Diácono Adriano Zandoná
    Missionário Canção Nova
    Professor Felipe Aquino
    Apresentador dos programas 'Escola da Fé' e 'Trocando Ideias' da TVCN
    Márcio Mendes
    Missionário Canção Nova
    Ricardo Sá
    Missionário e músico da Canção Nova
    Eugênio Jorge
    Fundador da Missão Mensagem Brasil
    Padres e Músicos da Comunidade Canção Nova
    Nossa diária é R$ 35,00 com café da manhã e roupa de cama, esperamos vocês para mais um evento Canção Nova, acesse o site www.pousadasaojoaobatista.com.br , click em contato e feche a hospedagem conosco.

    Laércio D. Paula / Priscila.
    Pousada São João Batista.
    Tel - 12- 3103-2546 ou 11 – 7451-6690.
    www.pousadasaojoaobatista.com.br
    contato@pousadasaojoaobatista.com.br
    @pousadasaojoao

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

MINHA VÓ FOI PEGA A LAÇO

MINHA VÓ FOI PEGA A LAÇO Pode parecer estranho, mas já ouvi tantas vezes esta afirmação que já até me acostumei a ela. Em quase todos os lugares onde chego alguém vem logo afirmando isso. É como uma senha para se aproximar de mim ou tentar criar um elo de comunicação comigo. Quase sempre fico sem ter o que dizer à pessoa que chega dessa maneira. É que eu acho bem estranho que alguém use este recurso de forma consciente acreditando que é algo digno ter uma avó que foi pega a laço por quem quer que seja. - Você sabia que eu também tenho um pezinho na aldeia? – ele diz. - Todo brasileiro legítimo – tirando os que são filhos de pais estrangeiros que moram no Brasil – tem um pé na aldeia e outro na senzala – eu digo brincando. - Eu tenho sangue índio na minha veia porque meu pai conta que sua mãe, minha avó, era uma “bugre” legítima – ele diz tentando me causar reação. - Verdade? – ironizo para descontrair. - Ele diz que meu avô era um desbravador do sertão e que um dia topou...

A FORÇA DE UM APELIDO

A força de um apelido [Daniel Munduruku] O menino chegou à escola da cidade grande um pouco desajeitado. Vinha da zona rural e trazia em seu rosto a marca de sua gente da floresta. Vestia um uniforme que parecia um pouco apertado para seu corpanzil protuberante. Não estava nada confortável naquela roupa com a qual parecia não ter nenhuma intimidade. A escola era para ele algo estranho que ele tinha ouvido apenas falar. Havia sido obrigado a ir e ainda que argumentasse que não queria estudar, seus pais o convenceram dizendo que seria bom para ele. Acreditou nas palavras dos pais e se deixou levar pela certeza de dias melhores. Dias melhores virão, ele ouvira dizer muitas vezes. Ele duvidava disso. Teria que enfrentar o desafio de ir para a escola ainda que preferisse ficar em sua aldeia correndo, brincando, subindo nas árvores, coletando frutas ou plantando mandioca. O que ele poderia aprender ali? Os dias que antecederam o primeiro dia de aula foram os mais difíceis. Sobre s...

HOJE ACORDEI BEIJA FLOR

(Daniel Munduruku) Hoje  vi um  beija   flor  assentado no batente de minha janela. Ele riu para mim com suas asas a mil. Pensei nas palavras de minha avó: “ Beija - flor  é bicho que liga o mundo de cá com o mundo de lá. É mensageiro das notícias dos céus. Aquele-que-tudo-pode fez deles seres ligeiros para que pudessem levar notícias para seus escolhidos. Quando a gente dorme pra sempre, acorda  beija - flor .” Foto Antonio Carlos Ferreira Banavita Achava vovó estranha quando assim falava. Parecia que não pensava direito! Mamãe diz que é por causa da idade. Vovó já está doente faz tempo. Mas eu sempre achei bonito o jeito dela contar histórias. Diz coisas bonitas, de tempos antigos. Eu gostava de ficar ouvindo. Ela sempre começava assim: “Tininha, há um mundo dentro da gente. Esse mundo sai quando a gente abre o coração”...e contava coisas que ela tinha vivido...e contava coisas de papai e mamãe...e contava coisas de  hoje ...