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Castanha do Pará é a principal fonte de renda de índios do Noroeste de MT

Rádio Tucunaré

Indigenas integrantes das etnias Apiaká, Munduruku e Kaiabi do município de Juara, que haboitam as margens direita e esquerda do Rio dos Peixes na Reserva Kaiabi/Apiaka têm a sua principal fonte de renda ligada a colheita e comercio da castanha do Pará.
Segundo Nicolal Morimã, representante da Fundação Nacional do Índio (FUnai)na região, o ano de 2010 teve colheita abundante e o produto colhido foi comerciado com empresários da cidade Iporá em Goiás, onde existe uma empresa que industrializa a castanha do Pará.
Neste ano a colheita da castanha está se apresentando mais fraca, mesmo assim já foi colhido em torno de 30 toneladas e a perspectiva é de que pelo menos 60 toneladas sejam colhidas até o fim da safra.
Os índios, colhem a castanha inicialmente nas regiões produtoras dentro dos limites da reserva e no final do período eles adentram às propriedades de alguns fazendeiros que permitem a colheita em suas terras.
Todo o processo é feito artesanalmente, os grupos de coletores entram nas matas de onde catam e transportam a castanha ainda nos “ouriços” até as estradas. O produto é levado para as aldeias onde outras pessoas se encarregam de quebrar e ensacar a castanha colhida.
Atualmente a castanha do pará é abundante apenas no Estado do Acre, no norte da Bolívia e no Suriname. Incluída na Lista Vermelha da IUCN como vulnerável, o desmatamento é a ameaça a sua populações. Nas margens do Tocantins, foi derrubada para a construção de estradas e de uma barragem. No sul do Pará por assentamentos de sem-terra. No Acre e no Pará, a criação de gado provoca sua morte, e a caça das cotias, que são os dispersores de suas sementes, ameaça a formação de novos indivíduos.

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