ONG quer punição para empresa brasileira acusada de desmatar área indígena

Da France Presse
A organização Survival Internacional pediu nesta segunda-feira que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expulse do Pacto Mundial presidido por ele a subsidiária de uma empresa de pecuária brasileira envolvida em um controverso projeto de desmatamento em uma área indígena no Paraguai.

"A pecuarista Yaguareté Porá é uma subsidiária de uma empresa brasileira que está destruindo as florestas no Paraguai pertencentes à tribo dos Ayoreo-Totobiegosode", afirma a organização de defesa dos povos indígenas em uma carta dirigida a Ban Ki-moon.

A Survival acusa a empresa de "flagrante violação" da Constituição paraguaia, do direito internacional e dos princípios aos quais se comprometeu ao assinar o Pacto Mundial em 2008, uma iniciativa voluntária promovida pela ONU mediante a qual as empresas comprometem-se a alinhar suas estratégias e operações com 10 princípios baseados em direitos humanos, trabalhistas, de meio ambiente e de luta contra a corrupção.

"A Yaguareté não honrou seus compromissos em matéria de direitos humanos. Pedimos ao Pacto Mundial que a expulse ou, caso contrário, (o grupo) correrá o risco de perder sua integridade", declarou Stephen Corry, diretor da organização internacional com sede em Londres, citado no comunicado.

Segundo a Survival, a companhia apenas pretende conservar 16.784 hectares dos 78.549 hectares que possui em uma área de selva que faz parte do território dos Ayoreo-Totobiegosode, uma tribo isolada que vive na região oeste do Paraguai, na fronteira com o Brasil.

A organização indica que alguns membros da tribo que já foram contatados e lutam desde 1993 pela titularidade legal de suas terras denunciaram diversas vezes as operações da empresa pecuarista.

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