Notícias da 55º Feira de Porto Alegre

Escritor indígena encontra crianças da cidade

Luis Ventura, Divulgação  /
Daniel Munduruku durante sua palestra na Feira
Foto: Luis Ventura, Divulgação

Daniel Munduruku contou histórias do seu povo

Com palavras totalmente desconhecidas do “povo da cidade”, o escritor e contador de histórias indígena Daniel Munduruku cumprimentou a criançada que o aguardava na Arena das Histórias, no Cais do Porto, na manhã de hoje.

– Bom dia a todos os meus amigos aqui presentes. Espero que este encontro seja tão bom para vocês quanto para mim! Vocês estão bem? – disse no dialeto Munduruku, povo do qual Daniel faz parte.

Encantados – e um pouco confusos – com as palavras do escritor, os jovens acabaram por aprender expressões da língua indígena como “bom dia” e “estou bem”. Autor de obras de temática indígena, Daniel defendeu a utilização correta da palavra índio:

– Somos considerados indígenas porque nossos povos já estavam no Brasil antes dos portugueses chegarem aqui, mas somos todos diferentes, assim como os caingangues e os guaranis – explicou.

Daniel disse que os povos indígenas não têm o hábito de fazer cumprimentos corporais, não gostam do contato físico.

– Os indígenas se cumprimentam com olhos nos olhos. Nossos avós dizem que as únicas partes do corpo que não mentem são os olhos.

Com uma população estimada em pouco mais de 10 mil integrantes, o povo Munduruku vive no Pará, no coração da Floresta Amazônica, e já registra dois séculos de contato com a civilização, ou com “o homem da cidade”, nas palavras de Munduruku. Mas nem por isso abrem mão de seus hábitos e costumes. Por exemplo: eles não seguem o tempo do relógio ou um calendário, mas sim o da natureza de cada um. Comem quando sentem fome, dormem quando sentem sono, e assim por diante.

CLICRBS

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