Pular para o conteúdo principal

Estão abertas as inscrições para Vestibular dos Povos Indígenas

As provas serão realizadas no campus da Unioeste de Cascavel, em 14 e 15 de dezembro

Estão abertas até a próxima sexta-feira (18) as inscrições para o 9.º Vestibular dos Povos Indígenas. As inscrições, gratuitas, podem ser feitas na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), instituição que neste ano sedia a realização do vestibular, ou em uma das sete universidades estaduais e na Universidade Federal do Paraná (UFPR).

As provas serão realizadas no campus da Unioeste de Cascavel, em 14 e 15 de dezembro. São avaliadas língua portuguesa (oral) e redação, língua portuguesa, estrangeira moderna ou língua indígena, biologia, física, geografia, história, matemática e química. Os resultados serão divulgados em 18 de dezembro, no site www.unioeste.br/vestibularindigena e nas sedes das universidade envolvidas. As matrículas serão efetivadas de acordo com o calendário das universidades.

Cada uma das instituições estaduais oferece seis vagas e a Universidade Federal do Paraná (UFPR), dez, todas excedendo as oferecidas em concurso vestibular regular. As vagas se destinam a candidatos de etnias indígenas residentes no Paraná para os cursos de graduação das universidades estaduais ou da UFPR, e também de etnias indígenas no Brasil para os cursos de graduação oferecidos pela UFPR.

INSCRIÇÕES – As inscrições poderão ser feitas das 8h às 11h e das 14h às 17h, na Unioeste, junto a Pró-Reitoria de Graduação no prédio da Reitoria, em Cascavel; na UEL, na Pró-Reitoria de Graduação, em Londrina; na UEPG, no Campus Universitário de Uvaranas, em Ponta Grossa; na Unicentro, na Coordenadoria Central de Processos Seletivos, em Guarapuava; na UEM, em Maringá; na UENP, em Jacarezinho; na Unespar (Fafipar), em Paranaguá; e na UFPR, junto ao Núcleo de Atividades Formativas/Pró-Reitoria de Graduação, em Curitiba.

O candidato poderá ainda encaminhar ficha de inscrição, carta de recomendação e questionário socioeducacional para a Pró-Reitoria de Graduação da Unioeste, via Correio com AR (aviso de recebimento) até sexta-feira (18). A inscrição poderá ser feita por terceiros, desde que estejam munidos de procuração e apresentarem os documentos exigidos.

DOCUMENTOS – Os candidatos que optarem pelas universidades estaduais deverão apresentar os seguintes documentos: fotocópia da cédula de identidade, uma fotografia 3x4 (recente) e carta de recomendação da liderança da comunidade na qual reside, em que conste a etnia indígena. Já os que se inscreverem na UFPR deverão encaminhar fotocópia da cédula de identidade, uma fotografia 3x4, documento que recomende sua inclusão no programa, que deve ser assinado pelo chefe da aldeia onde reside e pelo chefe do posto local da Funai, além de documento da Funai que recomende sua inclusão no programa, no caso de estudantes indígenas residentes em áreas urbanas.

Mais informações podem ser obtidas na Pró-Reitoria de Graduação, pelos telefones (45) 3220-3057 e 3220-3108 e no site www.unioeste.br/vestibularindigena.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A FORÇA DE UM APELIDO

A força de um apelido [Daniel Munduruku] O menino chegou à escola da cidade grande um pouco desajeitado. Vinha da zona rural e trazia em seu rosto a marca de sua gente da floresta. Vestia um uniforme que parecia um pouco apertado para seu corpanzil protuberante. Não estava nada confortável naquela roupa com a qual parecia não ter nenhuma intimidade. A escola era para ele algo estranho que ele tinha ouvido apenas falar. Havia sido obrigado a ir e ainda que argumentasse que não queria estudar, seus pais o convenceram dizendo que seria bom para ele. Acreditou nas palavras dos pais e se deixou levar pela certeza de dias melhores. Dias melhores virão, ele ouvira dizer muitas vezes. Ele duvidava disso. Teria que enfrentar o desafio de ir para a escola ainda que preferisse ficar em sua aldeia correndo, brincando, subindo nas árvores, coletando frutas ou plantando mandioca. O que ele poderia aprender ali? Os dias que antecederam o primeiro dia de aula foram os mais difíceis. Sobre s...

MINHA VÓ FOI PEGA A LAÇO

MINHA VÓ FOI PEGA A LAÇO Pode parecer estranho, mas já ouvi tantas vezes esta afirmação que já até me acostumei a ela. Em quase todos os lugares onde chego alguém vem logo afirmando isso. É como uma senha para se aproximar de mim ou tentar criar um elo de comunicação comigo. Quase sempre fico sem ter o que dizer à pessoa que chega dessa maneira. É que eu acho bem estranho que alguém use este recurso de forma consciente acreditando que é algo digno ter uma avó que foi pega a laço por quem quer que seja. - Você sabia que eu também tenho um pezinho na aldeia? – ele diz. - Todo brasileiro legítimo – tirando os que são filhos de pais estrangeiros que moram no Brasil – tem um pé na aldeia e outro na senzala – eu digo brincando. - Eu tenho sangue índio na minha veia porque meu pai conta que sua mãe, minha avó, era uma “bugre” legítima – ele diz tentando me causar reação. - Verdade? – ironizo para descontrair. - Ele diz que meu avô era um desbravador do sertão e que um dia topou...

HOJE ACORDEI BEIJA FLOR

(Daniel Munduruku) Hoje  vi um  beija   flor  assentado no batente de minha janela. Ele riu para mim com suas asas a mil. Pensei nas palavras de minha avó: “ Beija - flor  é bicho que liga o mundo de cá com o mundo de lá. É mensageiro das notícias dos céus. Aquele-que-tudo-pode fez deles seres ligeiros para que pudessem levar notícias para seus escolhidos. Quando a gente dorme pra sempre, acorda  beija - flor .” Foto Antonio Carlos Ferreira Banavita Achava vovó estranha quando assim falava. Parecia que não pensava direito! Mamãe diz que é por causa da idade. Vovó já está doente faz tempo. Mas eu sempre achei bonito o jeito dela contar histórias. Diz coisas bonitas, de tempos antigos. Eu gostava de ficar ouvindo. Ela sempre começava assim: “Tininha, há um mundo dentro da gente. Esse mundo sai quando a gente abre o coração”...e contava coisas que ela tinha vivido...e contava coisas de papai e mamãe...e contava coisas de  hoje ...