Pular para o conteúdo principal

Acusados de matar Veron em 2003 são absolvidos !!!!

Foto: Reprodução de TV


Os três acusados de matar o cacique Guarani-Kaiowá Marcos Veron no Mato Grosso do Sul, em fevereiro de 2003, foram absolvidos pelos jurados depois de cinco dias de julgamento. 


Carlos Roberto dos Santos, Jorge Cristaldo Insabralde e Estevão Romero eram réus no processo que investiga os crimes contra o grupo de índios que ocupou a Fazenda Brasília do Sul. Os funcionários da fazenda foram condenados por sequestro, tortura e formação de quadrilha armada. A pena estipulada pela juíza da 1ª Vara Criminal Federal de São Paulo, Paula Mantovani, é de 12 anos e três meses de prisão. Além dessa pena, Estevão foi condenado também por fraude processual e terá mais seis meses de pena em regime aberto. 


Como os três já ficaram quatro anos e oito meses sob prisão preventiva e a sentença não transitou em julgado, eles deixaram o tribunal em liberdade.


" A vitória completa seria a condenação dos réus também pelos homicídios e tentativas de homicídios", disse o procurador Luiz Carlos Gonçalves, que considerou a sentença um avanço na luta pelos direitos indígenas.


"A mensagem de que a comunidade indígena tem direitos e que a violência é intolerável foi dada", disse.


Agora o procurador quer a condenação do fazendeiro Jacinto Honório da Silva Filho, acusado como mandante do crime. O fazendeiro é réu em outro processo sobre o mesmo caso. O advogado de defesa avisou que vai recorrer da sentença.


O juri aconteceu em São Paulo, a pedido do Ministério Público Federal, pois segundo o MP, o dono da fazenda tem grande poder econômico e poderia influenciar no julgamento em Mato Grosso do Sul. 


O crime contra o índio aconteceu quando cerca de 40 seguranças da Fazenda Brasília do Sul desocupou a área onde os índios estavam acampados pela segunda vez a força. Eles reivindicam a área como terra indígena. Marcos Veron teria sido morto com golpes de coronhadas durante o conflito.



Redação SRZD
* As informações são da Agência Brasil

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A FORÇA DE UM APELIDO

A força de um apelido [Daniel Munduruku] O menino chegou à escola da cidade grande um pouco desajeitado. Vinha da zona rural e trazia em seu rosto a marca de sua gente da floresta. Vestia um uniforme que parecia um pouco apertado para seu corpanzil protuberante. Não estava nada confortável naquela roupa com a qual parecia não ter nenhuma intimidade. A escola era para ele algo estranho que ele tinha ouvido apenas falar. Havia sido obrigado a ir e ainda que argumentasse que não queria estudar, seus pais o convenceram dizendo que seria bom para ele. Acreditou nas palavras dos pais e se deixou levar pela certeza de dias melhores. Dias melhores virão, ele ouvira dizer muitas vezes. Ele duvidava disso. Teria que enfrentar o desafio de ir para a escola ainda que preferisse ficar em sua aldeia correndo, brincando, subindo nas árvores, coletando frutas ou plantando mandioca. O que ele poderia aprender ali? Os dias que antecederam o primeiro dia de aula foram os mais difíceis. Sobre s...

MINHA VÓ FOI PEGA A LAÇO

MINHA VÓ FOI PEGA A LAÇO Pode parecer estranho, mas já ouvi tantas vezes esta afirmação que já até me acostumei a ela. Em quase todos os lugares onde chego alguém vem logo afirmando isso. É como uma senha para se aproximar de mim ou tentar criar um elo de comunicação comigo. Quase sempre fico sem ter o que dizer à pessoa que chega dessa maneira. É que eu acho bem estranho que alguém use este recurso de forma consciente acreditando que é algo digno ter uma avó que foi pega a laço por quem quer que seja. - Você sabia que eu também tenho um pezinho na aldeia? – ele diz. - Todo brasileiro legítimo – tirando os que são filhos de pais estrangeiros que moram no Brasil – tem um pé na aldeia e outro na senzala – eu digo brincando. - Eu tenho sangue índio na minha veia porque meu pai conta que sua mãe, minha avó, era uma “bugre” legítima – ele diz tentando me causar reação. - Verdade? – ironizo para descontrair. - Ele diz que meu avô era um desbravador do sertão e que um dia topou...

HOJE ACORDEI BEIJA FLOR

(Daniel Munduruku) Hoje  vi um  beija   flor  assentado no batente de minha janela. Ele riu para mim com suas asas a mil. Pensei nas palavras de minha avó: “ Beija - flor  é bicho que liga o mundo de cá com o mundo de lá. É mensageiro das notícias dos céus. Aquele-que-tudo-pode fez deles seres ligeiros para que pudessem levar notícias para seus escolhidos. Quando a gente dorme pra sempre, acorda  beija - flor .” Foto Antonio Carlos Ferreira Banavita Achava vovó estranha quando assim falava. Parecia que não pensava direito! Mamãe diz que é por causa da idade. Vovó já está doente faz tempo. Mas eu sempre achei bonito o jeito dela contar histórias. Diz coisas bonitas, de tempos antigos. Eu gostava de ficar ouvindo. Ela sempre começava assim: “Tininha, há um mundo dentro da gente. Esse mundo sai quando a gente abre o coração”...e contava coisas que ela tinha vivido...e contava coisas de papai e mamãe...e contava coisas de  hoje ...