LAMENTO NACIONAL DE UM GUERREIRO
Os povos indígenas formam uma diversidade
cultural e linguística muito valiosa para nosso pais. Sao 305 povos falantes de
algo em torno de 274 línguas que estão espalhados por todo o Brasil, mas
carecem de cuidado por parte do Estado e respeito por parte da nossa população.
O texto-poema que hoje trago foi escrito por um
guerreiro sem armas que nos deixou em 2014. Um autentico brasileiro que devotou
sua vida para construir um mundo melhor para todos nós. Com o texto LAMENTO
NACIONAL DE UM GUERREIRO quero prestar homenagem a Manoel Moura Tucano, um
sábio, um poeta, um Homem no verdadeiro sentido da palavra.
Atrás das margens, gritos reprimidos por tortura,
Lágrimas de um povo heróico - o brado que não
retumba.
O sol da liberdade, em raios contidos
Tem vergonha de brilhar na nossa Pátria.
Se a mentira desta igualdade, conseguimos demonstrar com braços mortos,
Em teu seio, ó Liberdade, desafia à mortandade
planejada.
Ó Pátria amada, atraiçoada, queremos te salvar!
Brasil de um sonho intenso e pesadelo imenso.
Um raio frio de amor e de esperança, com a Terra
chora.
Se em teu fumacento céu, choroso e inerte,
A imagem do Cruzeiro, de vergonha, não aparece.
Gigante pela própria natureza!
És devastada, destruída, humilhada e fragilizada,
sem amor,
Ó antigo colosso, e o teu futuro espelha esse
horror.
Terra adorada por poucos – somente pelos Filhos da Terra.
Entre outras mil, és tu,
Brasil, como as demais latino-terras.
Dos filhos indignos deste solo és mãe humilhada,
Pátria amada por poucos..., Brasil
Deitado eternamente amordaçado e outros em berço
esplêndido,
Ao som do mar e rios poluídos, trevas que afrontam
o céu profundo.
Fulguras ó Brasil como 3o mundo
Como lixo da América abandonado e violado
Na camuflagem que impede a chegada do sol para um
novo mundo.
Do que a Terra, mais varrida
Teus chorosos, tristes campos não têm flores
Nossos bosques têm desertos
Nossa vida no Teu seio, mais horrores
Ó Pátria amada
Idolatrada por alguns,
Salve-se! Salve-se!
Brasil de amor oculto nas florestas seja símbolo. O
lábaro que ostentas camuflado
E diga ao verde-louro desbotado pela farsa,
Que a Paz é possível no futuro
Se os falsos filhos forem embora
Para cicatrizar as chagas do passado!
Mas se ergues da justiça (clavada) verás que
só os verdadeiros filhos não fogem à luta
E te cultuam nos resguardos das florestas e aldeias
isoladas.
Nem teme, quem te adora de verdade, sem dinheiro,
sem títulos e sem fardas.
Terra adorada!
Entre outras mil, também és saqueada e humilhada.
Dos filhos deste solo, tens vergonha dos que violam
tuas entranhas,
Deserdados com a
força de ancestrais heróis que ora se juntam a nós - filhos autênticos
Que por ti morreram e morrem, Mãe Gentil,
PÁTRIA ARMADA E AMARRADA, BRASIL!
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