2021 – Uma ficção
Estamos vivendo os últimos dias de 2020, ano que já disseram
perdido, já disseram inútil, já disseram que vai tarde. Não creio tenha sido
nada disso porque ele nos fez pensar e repensar nossa presença neste cenário
chamado planeta terra. Fez até alguém criar um futuro fictício denominado novo
normal como se dissesse que tudo vai continuar do mesmo jeito no tempo que
virá.
O futuro imediato se chama 2021. Ele está se aproximando com
uma velocidade assustadora para nos dizer que nada vai ser normal. Em se
tratando de Brasil já não está normal há alguns anos. Nem precisamos de
epidemia para provarmos da anormalidade que se abateu sobre nós. Ela só veio
para nos igualar em termos de humanidade frágil. De resto, tudo ficará mais difícil,
menos empregos, menos educação, menos governo, menos arte, menos cultura. Será um
ano menos, infelizmente.
No entanto, nada disso pode nos desanimar. Somos brasileiros
e não desistimos nunca. Não é assim que se costuma dizer? Só que nós desistimos
de sermos brasileiros algumas vezes na década que passou. Desistimos de nossa
diversidade, de nossos direitos, das conquistas sociais, da democracia. A
democracia que deveria ser uma bela experiência de solidariedade acabou se
transformando numa epidemia de ódio, perseguição, rancor, trevas. Não, o ano de
2020 não acabou porque ele começou há anos atrás quando esquecemos nossa
humanidade e aceitamos ser governados por lunáticos infelizes. O pior é que
isso tem prazo de validade até 2022.
De qualquer forma é bom lembrarmos que temos a arte para
revigorar nossas forças. Temos a esperança para alavancar nossas utopias. Temos
vida para ameaçar a morte. Temos a ciência para lembrar que, sim, podemos vencer.
Sim, podemos avançar. Sim, podemos nos libertar da opressão, do medo. Sim,
podemos unir forças, criar novos campos de atuação. Podemos alimentar nossos
sonhos de unidade e criar novas frentes de atuação para não deixar “a peteca
cair”.
Só assim, creio, poderemos evitar que o céu desabe sobre
nossas cabeças e criar novas ideias para adiar o fim do mundo.
Esta é a minha opinião.
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