BRASÍLIA MATOU O LÍDER WAIÃPI
A Semana começou muito
triste para mim. Não apenas pelo
assassinato de uma liderança tradicional no Amapá; pela invasão do território Waiãpi; pelas palavras infelizes de quem deveria proteger nossas vidas. Não apenas pela luta solitária dos parentes Munduruku do Pará que tiveram, apesar dos riscos que correram, que expulsar os invasores de seu território, já tão combalido pela exploração madeireira e pela deterioração trazida por projetos de construção de barragem e pela investida do agronegócio.
A semana começou
triste apenas por imaginar que isso tudo tende a piorar, por conta de tudo o
que se está propondo em Brasília e que diminuem, consideravelmente, a
possibilidade de nos tornarmos uma nação forte e soberana, com a qual tanto
sonhamos.
Minha tristeza
aumenta, na medida em que vou percebendo que as palavras perderam seu valor e
que a postura minimamente adequada, está se esvaindo de nossos entes públicos
(homens e mulheres).
Estou triste porque
percebo que as palavras, manipuladas por bocas espúrias, levam consigo a
discórdia, o temor, o ódio generalizado e a violência para o coração das
pessoas.
Percebo que as palavras,
manipuladas por um ser escroto, chega exatamente ao ouvido de outros escrotos e
os licenciam a invadir, agredir, ofender, atacar e matar, sem dó nem piedade,
brasileiros que se alimentam de sua ancestralidade.
Brasília está se
tornando uma voz de comando cruel e impiedoso contra todos brasileiros e brasileiras
que querem viver em paz, seguindo a ordem da Constituição e do direito.
Garimpeiros e
garimpeiras – brasileiros também – são apenas mãos de obra do capital e que serão
logo, logo dispensados de seu serviço de lacaios, de capitão-do-mato pelo outro
capitão, que não é do mato, mas apenas um lacaio do capital internacional. Esses,
não querem sujar as próprias mãos com o sangue dos indígenas. Deixam essa
tarefa para os brasileiros que pensam que são poderosos, por dominarem a
palavra de ordem, ops, de ódio.
Brasília, e seu
discurso de ódio, é a verdadeira assassina dos povos indígenas brasileiros.
PS: Que fique claro que não me refiro aos cidadãos brasilienses. A referência
à Brasília é uma referência ao poder instituído desde lá.
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